MEU RECANTO

Tocam os sinos na velha matriz

Dezoito horas

Senhoras penitentes

Para a missa diária se encaminham

Cabisbaixas, clementes.

Mães e avós em orações fervorosas

Pelos filhos e netos

Incerto, inseguro

Os que caminham e os que chegam

Passado e futuro.

Cidade pequena, vida miúda

Passos lentos ainda

Silêncios e flores

Nas ruas calmaria

Adolescentes amores.

Sinos dobram na velha matriz

Anúncios de morte

Cochichos e interrogações

A notícia grande

Pesares, reflexões.

Na rua brincam inocentes crianças

Vida devagar, ingênua

Aprendizado para o mundo

Momentos n’alma eternizados

Melancólico, profundo.

Alto do morro, cidade inteira

Recebe abraços da Boa Vista

Por-do-sol mais bonito

Vale verde, imenso de saudade

Horizonte infinito.

Em todo lado soam tambores

A cidade se cobre de cores

Parou o mundo, tudo

Ruas e praças em movimento

Coração mudo.

Gente sossegada, conversa de esquina

Dores do Indaiá na alma

Das Gerais belo canto

Destino de muitos

Meu recanto.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 07/11/2011
Código do texto: T3321772
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