O ESTRANGEIRO
Sou um estrangeiro no meu ser,
que sem ter lugar vaga a esmo.
Não me encontro em lugar algum,
vivo a procurar-me em mim mesmo.
Cada vez que me olho não me vejo,
um estranho habita minha alma,
residindo-me a seu bel prazer,
e o meu eu recluso bate palma.
Vivemos em conflito, ambos, e os dois,
não se conhecem na mesma pessoa.
Acusa-me de estrangeiro, ora, pois,
nós não nos aceitamos numa boa.
Saulo Campos - Itabira MG