O SUJEITO
Quem quiser meu pudor
não leva muito,
minha dor,
leva o quando desejar.
Meu humor
quem busca jamais encontra,
e não me amedronta cara feia,
o melhor de mim está enterrado
tem que ser garimpado na bateia.
Minha força encontro na fraqueza,
a beleza rebusco no universo.
Levanto-me ao tocar o fundo do poço,
a poesia construo verso a verso.
Sou o avesso de tudo que é correto,
não aceito amarras nem chibata.
Substantivo sou apenas o concreto,
mas meu sujeito abstrato, esse me mata.
Saulo Campos - Itabira MG