O SUJEITO

Quem quiser meu pudor

não leva muito,

minha dor,

leva o quando desejar.

Meu humor

quem busca jamais encontra,

e não me amedronta cara feia,

o melhor de mim está enterrado

tem que ser garimpado na bateia.

Minha força encontro na fraqueza,

a beleza rebusco no universo.

Levanto-me ao tocar o fundo do poço,

a poesia construo verso a verso.

Sou o avesso de tudo que é correto,

não aceito amarras nem chibata.

Substantivo sou apenas o concreto,

mas meu sujeito abstrato, esse me mata.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 07/11/2011
Código do texto: T3321387
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