DEJA VU
Não querida,
Não tema o azedume dos meus dias
De outrora.
Apesar da triste caricatura que desenham
Sobre minha face pálida,
Do escárnio pelos meus sonhos,
Da destruição de minh’alma.
Não deixe que estas palavras
Arrefeçam nossos gozos,
Aniquilem nossa calma
Diminuam nossos louros.
Não permitas que a tragédia dos meus Versos
Sobreponha-se à doçura de tuas canções,
À conveniência destas monções.
Sou triste entre rimas e lamentos
Que com o passar dos tempos
Tornam-se monumentos
Apesar das intempéries, e desses ventos.
Firmes, imóveis, sólidos
Estes sentimentos me fazem delirar
Às vezes esbanjador, n'outras, módico
Por todo amor, que a mim tens a ofertar.
Nunca olvides, de nossas madrugadas, Risos e lágrimas;
Elas carregam, como a cura dessas chagas,
O sorriso brando que fez cair a máscara.
No mar de teus olhos
Vislumbro um futuro
Algumas vezes límpido, outras, obscuro
Mas que em meu peito, guardado,
Faz-me desejar o mundo.