DEJA VU

Não querida,

Não tema o azedume dos meus dias

De outrora.

Apesar da triste caricatura que desenham

Sobre minha face pálida,

Do escárnio pelos meus sonhos,

Da destruição de minh’alma.

Não deixe que estas palavras

Arrefeçam nossos gozos,

Aniquilem nossa calma

Diminuam nossos louros.

Não permitas que a tragédia dos meus Versos

Sobreponha-se à doçura de tuas canções,

À conveniência destas monções.

Sou triste entre rimas e lamentos

Que com o passar dos tempos

Tornam-se monumentos

Apesar das intempéries, e desses ventos.

Firmes, imóveis, sólidos

Estes sentimentos me fazem delirar

Às vezes esbanjador, n'outras, módico

Por todo amor, que a mim tens a ofertar.

Nunca olvides, de nossas madrugadas, Risos e lágrimas;

Elas carregam, como a cura dessas chagas,

O sorriso brando que fez cair a máscara.

No mar de teus olhos

Vislumbro um futuro

Algumas vezes límpido, outras, obscuro

Mas que em meu peito, guardado,

Faz-me desejar o mundo.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 06/11/2011
Reeditado em 28/04/2014
Código do texto: T3321073
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