A minha poesia
Acham que quando escrevo versos, nada faço,
Que fico olhando o espaço, sentado em uma cadeira.
Não sabem o universo que encontro nesse espaço.
Que o mundo me pertence,
Que o mundo abraço.
Que mato a minha sede,
Que derrubo as minhas paredes,
Que arrombo as minhas portas,
Que abro as minhas comportas
E deixo no papel a minha alma visível.
Há, que sorte ser poeta.
Eu lavo a minha alma,
A poesia me acalma.
Não tenho profissão,
Não tenho calo nas mãos,
Não tenho pontos fracos,
Não engulo sapos,
Não tenho cicatriz,
Não tenho dor no peito,
Não sou perfeito,
Mas sou feliz.
E tenho uma grande aliada:
A solidão de quem ama,
A solidão de quem não é amado.
A solidão do vazio,
A solidão do inesperado.
A solidão da doença,
A solidão da cura.
A solidão da crença,
A solidão da loucura.
A solidão do encontro,
A solidão da despedida.
A solidão da morte,
A solidão da vida.
Palhaços, trapezistas, saltimbancos, Mãe Oxum,
Operários, malabaristas, samba, baticum.
Artistas, namorados, acadêmicos, poetas, foliões,
São cúmplices das minhas inspirações...
Lua, sol, chuva, mar, estrela que me guia,
Abram alas para a minha poesia.