Outra primavera sem você
Nessa floresta de sonhos
Vivo a reprise de nosso amar
Na lembrança incontida em gomos
Dos frutos mais belos daquele pomar
A terra sempre úmida por meu pranto
Traz saudades nunca acalanto
O vento que sopra não refresca
Abrasa ainda mais a espera
Os aromas dessas flores
Faz brotar meus dissabores
As pétalas caem esquecidas
Adubando em mim cenas vividas
Jardins, florestas e pomares
Tudo em um mesmo quintal
Da primavera que fomos
Em nosso terreiro sentimental
A semente ainda deseja
Nascer, florescer, ser flor
Minha alma descompassada almeja
Findar a latência de nosso eterno amor.
Pedra Mateus
Poema despetalado em 22 de setembro de 2008.