Minha arte

Se a solidão exaurível me queima

ou m'impele aos meus próprios paradoxos,

num âmbito de nua e crua indecência

afrouxo as rédeas do consciente tóxico.

Rimas alternativas eu faço dançar

na tela de cores frias e sem linhas,

as quais em minh'alma parecem infindas,

mistas e líricas, saindo do lugar.

Como numa inquietação de elétrons,

minha arte se dá num inconsciente herético;

ao entrelaçar o influxo difuso em versos,

dá à luz a obra o meu exausto estro.

Oh! Vivaz doença, atroz sina,

digno servo eu sou da vossa ruína.

Sigo nesse desalento que tanto me fascina,

outro pobre capaz usar a rima como morfina...

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 06/11/2011
Código do texto: T3319758
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