Dia diário
Forças motrizes arrastam-se
E gritam lembra eu num alarido de morte
Mas amor feneceu obsessão aquiesceu
E nenhum desejo nos move
Dentro do mim habituado a sentir
A história empoeirada do ridículo do romance
Como se agora fosse sob o tapete empoeirado
O lixo sem chance de reciclagem.
Olhares lânguidos, musicas e os risos e os acepipes
E os versos e as glorias de dedos machucados
Em caminhos que intentavam o alcance de tua impossibilidade
São agora ecos esganiçados como se um diabo risse
Enquanto dissesse em moldura folclórica venci uma hora
Venceram-me em cara de triste outra hora.
Fez de mim eu mesma um rascunho
Depois um desenho frondoso com copado e frutos doces
E o tempo galopou insano insone insensível instável
Rasgando desenho e moldando em seguida
Por preguiça de nao ser um esboço de coisa futura
Molhado de álcool e fumo azul e verde de musgo tornado em bolor
Entao passou a dor passou o amor passou as ventanias
Passou as poesias passou o olho que se interessa por quem o carrega
Até que em sombra pegamos o ônibus para o trabalho
Sem consciência de trabalhador ou de mulher que amou.
Acabou.
Por isso nem alarido fazem as forças motrizes
Em seus gritos de lembra eu sob escombros de corpos desconhecidos
Apinhados em seus carroções privados ou coletivos esses que os levam
Para a trincheira do pão diário onde todos mesmo empresários
Nao deixam de ser operários.
Feneceu
Amor
Feneceu
Era sina.
LLima