Dia diário

Forças motrizes arrastam-se

E gritam lembra eu num alarido de morte

Mas amor feneceu obsessão aquiesceu

E nenhum desejo nos move

Dentro do mim habituado a sentir

A história empoeirada do ridículo do romance

Como se agora fosse sob o tapete empoeirado

O lixo sem chance de reciclagem.

Olhares lânguidos, musicas e os risos e os acepipes

E os versos e as glorias de dedos machucados

Em caminhos que intentavam o alcance de tua impossibilidade

São agora ecos esganiçados como se um diabo risse

Enquanto dissesse em moldura folclórica venci uma hora

Venceram-me em cara de triste outra hora.

Fez de mim eu mesma um rascunho

Depois um desenho frondoso com copado e frutos doces

E o tempo galopou insano insone insensível instável

Rasgando desenho e moldando em seguida

Por preguiça de nao ser um esboço de coisa futura

Molhado de álcool e fumo azul e verde de musgo tornado em bolor

Entao passou a dor passou o amor passou as ventanias

Passou as poesias passou o olho que se interessa por quem o carrega

Até que em sombra pegamos o ônibus para o trabalho

Sem consciência de trabalhador ou de mulher que amou.

Acabou.

Por isso nem alarido fazem as forças motrizes

Em seus gritos de lembra eu sob escombros de corpos desconhecidos

Apinhados em seus carroções privados ou coletivos esses que os levam

Para a trincheira do pão diário onde todos mesmo empresários

Nao deixam de ser operários.

Feneceu

Amor

Feneceu

Era sina.

LLima

Luciene Lima
Enviado por Luciene Lima em 12/07/2005
Código do texto: T33193