VOZES DA ALMA
Vozes da alma, gritos silenciosos
Emanam tardios segredos
Evocam liberdades e degredos
Perdidos em tempos nebulosos.
Vozes da alma, lamentos e brados
De tempos antigos, finitos sonhos
Saudade melancólica, devaneios tristonhos
Tempos felizes, distantes, acabados.
Vozes da alma, oprimidas, teimosas
Adormecidas anos a fio, caladas
Versam gritos, palavras ensaiadas
Um dia, desejam, vitoriosas.
Vozes da alma, brados incessantes
Esperança teimosa, insistente
Sufocada, mas não morta, persistente
Desafia incertos futuros, constantes.
Vozes da alma, som cantante
Cultiva flores no deserto
Águas poucas, sedes muitas, decerto
Seguindo em frente, horizonte, caminhante.