Anônimos Escritores
Enquanto escrevo penso
em quantos como eu
neste momento
(ou em outro qualquer)
derramam sua alma no papel.
Anônimos escritores ignorados
confessam suas mágoas
alegrias e sofrimentos
vivências
emoções e pensamentos
ternuras apenas reveladas
a folhas de papel.
Escritos que jamais leremos.
Vidas que não conheceremos
por ocultas e anônimas.
Confiadas
A cadernos amarelecidos pelo tempo
a folhas esparsas
pelas gavetas escondidas
de uma rotineira, cotidiana vida.
Uns medíocres,
alguns talentos, talvez,
que permanecerão anônimos,
ignorados, escondidos.
Escritos quase envergonhados.
Sentimentos apenas confessados
num impulso
de um momento delicado.
Ou duramente trabalhados
em noites insones
porque o dia
a outros trabalho pertencia.
Anônimos escritores ignorados
e seus escritos de sonho,
palavras fugidias e fugazes
egressas das brumas do pensamento
tenazmente perseguidas
acalentadas pelas brisas d´alma
muito amadas.
Escritos ocultos, perdidos
esquecidos
em cadernos amarelecidos pelo tempo
em folhas esparsas
pelas gavetas esquecidas
de uma rotineira, cotidiana vida.