Poema para Sylvia, minha filha
A minha filha me olha de cima de sua autonomia
E eu me vejo nela até naquilo de que nem eu mesma sabia
A minha filha me olha com os meus olhos dentro dos seus
A minha filha julga que aquele jeito, aqueles trejeitos são dela
Que aquela boca de poesia lhe pertence
Que aqueles braços de abraçar namorados também são seus
Engana-se a minha filha
Tudo o que exibe em si, todos os traços e marcas na alma e no rosto
Eu os reconheço
Não são dela, mas meus