Poema para Sylvia, minha filha

A minha filha me olha de cima de sua autonomia

E eu me vejo nela até naquilo de que nem eu mesma sabia

A minha filha me olha com os meus olhos dentro dos seus

A minha filha julga que aquele jeito, aqueles trejeitos são dela

Que aquela boca de poesia lhe pertence

Que aqueles braços de abraçar namorados também são seus

Engana-se a minha filha

Tudo o que exibe em si, todos os traços e marcas na alma e no rosto

Eu os reconheço

Não são dela, mas meus

taniameneses
Enviado por taniameneses em 04/11/2011
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