Eu, mulher

Olho-me num espelho

Mais que imaginário

Tentando refletir

A minha identidade

Faz tempo que transportei-me

A um lugar onde o nome

Nunca poderei revelar

Ali vivo minhas ilusões

Até sinto o corpo desprender

Líquidos sagrados e prateados

Desde uma membrana pentagonal

Orifício sagrado

Onde sai a vida que dentro de mim

Há de habitar

Direi, enfim, eu, mulher

Inerte a toda e qualquer realidade

Escutando a tua voz desde minha pelve

A simples Cérvix

Que te cobre como um manto sagrado

Esperando o tempo total

Para contemplar tua mirada

Gelassenheit
Enviado por Gelassenheit em 03/11/2011
Código do texto: T3315713
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