Eu, mulher
Olho-me num espelho
Mais que imaginário
Tentando refletir
A minha identidade
Faz tempo que transportei-me
A um lugar onde o nome
Nunca poderei revelar
Ali vivo minhas ilusões
Até sinto o corpo desprender
Líquidos sagrados e prateados
Desde uma membrana pentagonal
Orifício sagrado
Onde sai a vida que dentro de mim
Há de habitar
Direi, enfim, eu, mulher
Inerte a toda e qualquer realidade
Escutando a tua voz desde minha pelve
A simples Cérvix
Que te cobre como um manto sagrado
Esperando o tempo total
Para contemplar tua mirada