D E S A M O R
Nem sempre o mal se faz e aqui se paga
Caso o há ele passa sem castigos;
Soberbo, como a vigorosa vaga,
O malfeitor atrai mais inimigos.
O egoísmo povoa-lhe a mente
Escraviza-lhe a confusa razão,
Corrompendo maliciosamente
O doloso e insensato coração.
Iludido de ser o maioral,
Repele o inconsolado semelhante
Negando-lhe migalha fraternal
De forma destrutiva e arrogante.
Desfeito o laço prendedor da alma
Esta eleva-se à nova existência
Sendo passível de severo trauma
Pelas imperfeições da consciência.
Quanto mais cedo for o entendimento,
Do desamor na terra praticado,
E o consequente arrependimento,
O seu suplício será amenizado.
A soma das virtudes prevalece
A prática do bem tem recompensa
O “Amai-vos uns aos outros” fortalece
Na hora da inequívoca sentença.