NAS ASAS DA POESIA

por Regilene Rodrigues Neves

Repousam versos no infinito...

A alma verte suas lágrimas noturnas

Desnuda a dor à flor da pele

Dedilha a quimera longínqua

Na tentativa de apalpar a poesia

Que partiu das asas de um pássaro poeta...

Nua a alma grita

O vazio cativo no peito

Em volta os braços da solidão

Abraçam a ilusão...

Resquícios de utopia

Presos numa fresta de luz

Acendem o lume que ainda aquece

O corpo e a alma de amor...

No céu

A lua silenciosa feita uma carícia

Beija o pássaro à distância...

Sobre o mar ele deita suas asas

Enquanto sonhos navegam sem destino...

Muda as palavras

Ouvem o sussurro das ondas

Molhadas de emoção...

A poesia num voo sedento

Vagueia pela noite

Suspirando seus devaneios...

Escritas no seu corpo

Marcam a pele de desejos

E a volúpia diluída em prazer

Evapora dentro da noite

Nas asas de uma poesia ao léu...

Em 01 de novembro de 2011