a solidão da flor
acordou cansada
coberta de suor do sonho
sucumbida
sozinha
invadida
ele entrava sempre assim no seu sonho
sorrateiro
e quando ela acordava
ele já tinha ido
não deixava rastro
só o corpo dela doído
exausto
guardando ainda um resto de desejo
mais nada
não deixava adeus
não deixava beijo
só calor
só pavor
tremor
e as vezes a solidão da flor