Falso Ator

Possuo um sorriso têmero,

Um sorriso montado;

Que atua como verbo falsificado.

É o sujeito do auto-engano,

Do meu rude e melancólico desencanto.

É uma máscara sem fantasia;

Um ato mecânico sem a real alegria.

Faz-se meu segundo de esperança.

Sem lábios unidos... não é verossimilhança

Contraria meu íntimo,o meu pessimismo.

O que há em mim é um sofrido olhar

Mas meu sorriso o faz disfarçar.

Se esse gesto trago em mim,

Tenho o escárnio de ser sofregamente assim.

Paulo Domac
Enviado por Paulo Domac em 29/12/2006
Reeditado em 05/01/2007
Código do texto: T331349