Contatos humanos
Dentro de todas as individualidades femininas
Talvez a mais difícil de lidar, é se mostrar por inteira
Porque ao se expor pode-se tanto atrair quanto afastar...
O outro
Como saber até onde somos realidade?
E quando deixamos de ser fantasia?
Quando passamos a ser ilusão, ou desilusão?
Quanto tempo dura a atração?
E o que pode vir depois, afinal?
E quando a conversa cala,
É sinal de que o tempo acabou?
E quando o desejo corporal fala por si só
É pra ficar, é pra sair, não é, é?
O que não é pra ser?
Ou pra ser?
E se não houver afinidades
Não acontece nada?
Porque acontece ao contrário
Quando se quer muito que aconteça?
Por que os desencontros ocorrem?
Será por que existe um tanto de solidão
Nas pessoas, no geral?
Querendo ser preenchida?
Querendo ser habitada?
Mesmo desconectadas...?
Até que ponto achar que decifrou o mundo
Das descobertas, seu e do outro
Acelera ou diminuiu a espera
De saber no que vai dar?
E se a melhor coisa que se sentiu já se foi?
Você percebe que já ficou sozinho
Que o outro já era... Já partiu pra outra...?
Ou se quer esteve na sua?
E você nem percebeu...
O que você viveu foi um lance desencontrado?
Foi mai uma tentativa frustrada?
Foi mais uma ligeira companhia?
Terá sido uma espécie de dicotomia?
Uma vacilação?
Um experimento no vazio?
Outra decepção?
Ou outra coincidência provocada pela imaginação?
Numa cidade como São Paulo, poluída de tudo...
Ficar sozinho é monstro!
Por que tem muita gente ao mesmo tempo juntos,
E contraditoriamente, separados, estão todos a sós.