Carta ao amigo distante.

Rio, 27.10.11.

Carta ao amigo distante.

Meu amigo desculpa

se não digo tudo que aqui

se encontra escrito,

mas é que foi assim que

aprendi a desabafar,

sei que você deve estar sem tempo

que a vida prática nos

faz mais desatentos

e acabamos nos convencendo

de que é assim que tem que ser,

desculpe meu camarada

por fazer você me ler.

Eu tenho andado aflito

com tudo que eu sinto,

como sempre, você sabe como sou,

um eterno inquieto sacudido

pelo existencialismo,

pelo romantismo e pelo amor.

O tempo tem passado tão veloz,

mas lembro ainda o tempo em que nós

éramos mais próximos,

éramos mais prolixos e menos

preocupados com os relógios,

jogar conversa fora

e rir da vida eram

os nossos negócios.

Eu não pretendo me estender,

não quero lhe ser enfadonho,

não sei quanto a você,

mas ainda espero ver realizado

todos aqueles velhos sonhos.

Eu só queria te dizer

algo sobre mim e saber

como você está, nós sabemos

que é assim, dificilmente

teremos oportunidade

de nos reencontrar, por isso

fique bem, eu já vou lá,

forte abraço, te desejo sempre

toda a felicidade que há.

Clayton Marcio.