O abandono.
Na solidão dos ventos das frias madrugadas,
no escuro das noites eternas de lençóis amarfanhados,
no silêncio da alma vazia, quis fugir.
Não mais ficar no âmago da dor
e sair em busca do horizonte...
Apenas a essência iria embora,
o que sobrou, os restos da mesa farta e barulhenta,
ora despida de pratos e gentes, ficaria.
Em si não mais cabia.
Abandonou-se.
Acompanhada da sombra
levou mágoas, dores e desesperanças.
Perdida ficou no limbo dos fracassados.