véu da morte
angústias macabras,
todos de que mais sentimos falta,
e que não estão mais aqui
a nos alegrar,
por agora estar
atrás do véu da morte.
sempre a espreitar
minhas próprias dores,
observo a noite
a espera de respostas
que sei que nunca virão
por estarem além do véu da morte
que a tudo sempre cobre.
sem perceber,
me pego a pensar
em meus mortos
sempre que me encolho
nas trevas de minha própria solidão,
sempre a recolher
as mais belas lembranças
que deles me restaram,
cinzas de tempos
também mortos
pela cruel carícia
de um presente
cada vez mais presente.