ENFIM COM FINADOS
Sempre haverá rosas tristes nos jardins
Sempre haverá dor no fim de uma árvore cortada
Matéria prima de um caixão que leva a carne oca tombada
E no fim pálidos consolos trocados
Voltam para o mesmo solo da natureza
Flores de mármore empunham fiéis suas durezas
Na lápide fria
O livro da vida se fecha
Letras se abrem em agonia
Que descansem os mortos
Embora haja tantos mortos na vida...
A morte nivela a todos
O amor tanto mais eterno quanto na morte
Saudades são os fósseis da memória
Sumiram todos em vida
Percebi que a morte nunca existira entre nós
Sempre pensei que éramos eternos até que a morte existiu
E deixou a nossa vida pra trás... Esquecida nos pós
E abriram-se em letras como fazem as crianças na lataria do carro...