Dadaísmo?

As festas, a turba, a celeuma.

O ramerrão, a solidão, o aneurisma.

O trânsito, a paixão, os pássaros.

A quimica, o silêncio, a confusão.

O trem, as pedras, o caos.

O amor, a sorte, a dor.

A fila, a desgraça, a paz.

A filosofia, o bar, a púlpito.

A sarjeta, a cópula, o bebê.

A febre, a ardência, o telefone.

Me sinto bem.

Não me encontro, eu desencontro, não participo.

Eu vivo, eu sinto, vejo longe.

Fico nele, sinto ela, vejo eles.

Me ferve o sangue, me traz paz, me dá sentido.

Me transporta, me machucam, me enlouquece.

Não encontro, não conheço, me assola.

Me enerva, me hostiliza, minha pretensão.

Do meu eu, do eu dos outros, do eu da massa.

Talvez me aguarda, talvez me chame, talvez surja.

Talvez passe, me presenteia, você ligando.

Me sinto bem.

15/09/10 - 21h49m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 01/11/2011
Código do texto: T3310342
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