LOURAS LENTILHAS


É nascido
o rompante
amanhecido
sul e norte
ao longo
latitude
a foice e a flor
lâmina cravada
de cravos e
ventríloquos
membrana partida
aí, se aquieta,
densa e morosa
o longo cálice
do sonho
desfazendo-se
de suas partidas
na margem.

Atirado
nu
o nubente
do Anjo
cristalizou-se
de pó e fuligem
douro
na garganta
um beijo do céu

Entre a Terra
e a Fronteira
o Barco das
Louras Lentilhas
Navegando de viés
O Rio Azul

Acoplada Nau de ventos
Aflorada Esfinge de Louça
Espátula cinza e
Moura mania de ser
ao redor de si

                         Tão divagado quanto o Ser
                         é o Amor
                         Ataviado de Fitas
                         e trilhado no fio
                         o Cosmo
                         Caminho da Estiagem
                         e Além...
                         Mar e Estrias do estirado
                         Infinito

Aqui navego a vagar vaga-lumes
da morosidade de uma rósea tarde
( o tempo já desataviou-se de seu eixo).
Jandira Zanchi
Enviado por Jandira Zanchi em 29/12/2006
Código do texto: T330945