dama com alien
o poeta
deixou o corpo
está num lugar melhor:
a cama de pregos
a máquina de fazer fumaça
o vagão grafitado
a cadeira de rodas motorizada
o prato de sopa do mendigo
o chão da lua minguante
a beira da estrada infinita
o estômago da musa
o poeta
não quer o corpo organizado
ele quer entrar
pelos ouvidos
pelas narinas
pela boca, vagina, ânus
e reorganizar
do corpo
ele quer
toques, sabores e cheiros
mais do que como delícias
portas de entrada
o poeta quer ser para ela
seu alien
seu aliado.