POEMA DE ENGARRAFAMENTO
Eu sou o poeta do engarrafamento,
a rima do caos o verso do vento
Sou o poeta do engarrafamento
que está entre o bairro e o centro
Eu sou o inconformismo asqueroso
que vai do palavrão ao carinhoso
Somente alguém
que é ninguém
perdido no engarrafamento das seis
quando todo mundo também é ninguém
e espera...
anda, acelera e depois
espera...
muda a marcha, acelera
e espera...
Eu sou o poeta do horário de pico
quando no meio do trânsito eu fico
esperando
e pensando
No asco vernáculo calculado
em plano de letras formulado
Eu sou o freio e a embreagem
no momento da engrenagem
esperando em sua solidão sórdida,
digerindo suas intrigas;
só
entre centenas
Morpheus