A idade da noite
Qual é a idade dessa noite?
O que ela espera de mim?
Sinto o vento brincando em meus cabelos e por dentro do meu vestido.
As luzes lá em baixo incendeiam a cidade que parece adormecida, esquecida que hoje é sexta-feira, dia em que a maioria das pessoas vestem-se de personagens e inventam felicidades passageiras, tão sensíveis quanto borboletas na chuva.
Uma gargalhada vinda não sei de onde preenche o ar e a memória, pois assim certa vez também sorri.
Um sorriso solto como folhas que caem de velhas árvores na praça, onde as cigarras cantam lindas canções de chuva e nimguém percebe.
A solidão divide espaço com o rapaz que tenta me beijar, noto que ele anda incomodado com a maquiagem em meus olhos e com a minha falta de fé na humanidade, cita Gande e Cristo, e eu me distraiu com as ultimas estrelas e com a idade da noite.