A idade da noite

Qual é a idade dessa noite?

O que ela espera de mim?

Sinto o vento brincando em meus cabelos e por dentro do meu vestido.

As luzes lá em baixo incendeiam a cidade que parece adormecida, esquecida que hoje é sexta-feira, dia em que a maioria das pessoas vestem-se de personagens e inventam felicidades passageiras, tão sensíveis quanto borboletas na chuva.

Uma gargalhada vinda não sei de onde preenche o ar e a memória, pois assim certa vez também sorri.

Um sorriso solto como folhas que caem de velhas árvores na praça, onde as cigarras cantam lindas canções de chuva e nimguém percebe.

A solidão divide espaço com o rapaz que tenta me beijar, noto que ele anda incomodado com a maquiagem em meus olhos e com a minha falta de fé na humanidade, cita Gande e Cristo, e eu me distraiu com as ultimas estrelas e com a idade da noite.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 31/10/2011
Código do texto: T3308471
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.