Asas abertas
Na solidão do meu quarto
Observo pela janela o planar da ave
Que ao longe sobrevoa a cidade
De asas abertas, vento na face.
Enxergando o que nunca avistei
Pelo menos não da mesma maneira
Do mesmo ângulo, da mesma forma.
Mas se tudo se transforma em pensamento
Rompo a barreira do tempo,
Viajo na imaginação e me transporto.
E sinto o calor do sol em meu corpo
E o silêncio quebrado pelo vento
Sobe um céu extremamente azulado
E vejo na caatinga um mar acinzentado
Cercando a ilha de pedra, asfalto e cimento.
Procurando o esquecimento perdido na imensidão,
Nas asas de um coração, nas fugas de um pensamento.