JOIA BOREAL (PARTE I)
Na escuridão abissal das águas profundas
Dos mares do Norte é o rico diamante encravado
Um castelo de âmbar com magnífica rotunda
Ergue-se imponente sobre um rochedo escarpado.
Em seu sombrio interior jaz a pérola mais preciosa
Da superfície escondida, em seu dourado escrínio
A filha do Feiticeiro, jovem tão gentil e graciosa
Vivendo isolada em virtude do paterno desígnio.
Seus lindos olhos cerúleos brilham como raras safiras
Os cabelos, manto de ouro a cobrir-lhe os ombros
Lábios carminados, dentes alvos como nunca se vira
Beleza inaudita cujo esplendor causa assombro.
Sua voz maviosa pelas vazias alas a ecoar
Um canto de tristeza, um lamento de solidão
Prisioneira de quem mais lhe deveria amar
Mas que a confinou, jamais dizendo a razão.
Em verdade, o Feiticeiro a teme pois ela o destruirá
A moça que nunca pôde ver a terna luz do Sol
Ela desconhece a profecia pela qual o bruxo perecerá
Quando sobre a Joia Boreal vier a brilhar o arrebol!
Continua...