APENAS UM TOCO

Ah! De tantas vezes que passei por sua sombra.

Que frondosa aos passaros alegres abrigava.

O joao de barro fez sua morada num galho alto.

Nao raro eu parava ali e descansava.

O Sol deixava seus raios dourados em seus galhos.

E invejosa a lua o imitava dentro da noite fria.

O bente-vi entoava notas altas em suas folhas.

Suas flores recebiam a visita do colibri.

Silenciosos e secretos os cupins te faziam derradeiro.

Mais fortes que o vento que nao te sucumbiu.

Preparavam seu declinio, apos longas primaveras.

Fazendo de sua seiva iguaria num prato frio.

Acabaram por isso os pousos do sabia ruidoso.

Tambem noutro lugar a curuira vai saltitar.

O canto da coruja vai para o vento da noite.

Lamentando onde tantas vezes pode cantar.

Vieram os sois e as madrugadas frias.

Levando a vida que outrora compos aquela flora.

Para nao esquecer seus dias de ostentacao,

fica apenas seu vazio toco oco ali agora.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 30/10/2011
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T3306710
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