APENAS UM TOCO
Ah! De tantas vezes que passei por sua sombra.
Que frondosa aos passaros alegres abrigava.
O joao de barro fez sua morada num galho alto.
Nao raro eu parava ali e descansava.
O Sol deixava seus raios dourados em seus galhos.
E invejosa a lua o imitava dentro da noite fria.
O bente-vi entoava notas altas em suas folhas.
Suas flores recebiam a visita do colibri.
Silenciosos e secretos os cupins te faziam derradeiro.
Mais fortes que o vento que nao te sucumbiu.
Preparavam seu declinio, apos longas primaveras.
Fazendo de sua seiva iguaria num prato frio.
Acabaram por isso os pousos do sabia ruidoso.
Tambem noutro lugar a curuira vai saltitar.
O canto da coruja vai para o vento da noite.
Lamentando onde tantas vezes pode cantar.
Vieram os sois e as madrugadas frias.
Levando a vida que outrora compos aquela flora.
Para nao esquecer seus dias de ostentacao,
fica apenas seu vazio toco oco ali agora.