Eternidade instantânea
Ó vento, ó ceus, maré escura!
Musa chiusa, por que sussurras palavra impura?
"A resposta está na noite." No verde-mar
teus olhos são e bruxuleiam ondas negras
quando fechados, cegando os caminhos da orla.
Aqueles globos são eternas reticências.
As reticências, três pontos finais, são melancólicas.
Teus cabelos...parênteses. Entre eles, sua face.
Um equilíbrio que desequilibra minha práxis.
Um instante:
Uma captura de alma em um piscar
Uma nau desgovernada vira nave.
Em um sorriso, passeia por galáxias,
desfila pelos anéis de cronos e volta
à pedra fundamental da ilusão.
Ah, os instantes...efêmeros, etéreos,
eternos, porém segundos. Os primeiros
do mundo já se foram há muitos séculos.
Para, musa mortal!
Para a tempestade, teu ódio é imortal...
A memória de todos os tempos
cabe em um gesto. Gesticule...Articule...é fatal.
De frente a ti, meu verso.
Dija Darkdija