Eternidade instantânea

Ó vento, ó ceus, maré escura!

Musa chiusa, por que sussurras palavra impura?

"A resposta está na noite." No verde-mar

teus olhos são e bruxuleiam ondas negras

quando fechados, cegando os caminhos da orla.

Aqueles globos são eternas reticências.

As reticências, três pontos finais, são melancólicas.

Teus cabelos...parênteses. Entre eles, sua face.

Um equilíbrio que desequilibra minha práxis.

Um instante:

Uma captura de alma em um piscar

Uma nau desgovernada vira nave.

Em um sorriso, passeia por galáxias,

desfila pelos anéis de cronos e volta

à pedra fundamental da ilusão.

Ah, os instantes...efêmeros, etéreos,

eternos, porém segundos. Os primeiros

do mundo já se foram há muitos séculos.

Para, musa mortal!

Para a tempestade, teu ódio é imortal...

A memória de todos os tempos

cabe em um gesto. Gesticule...Articule...é fatal.

De frente a ti, meu verso.

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 29/10/2011
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