MOÇA DOS OLHOS CINZENTOS IV
MOÇA DOS OLHOS CINZENTOS IV
Foi numa tarde de muito sol,
a estrela já se despedia, na verdade,
quase tocando o mar no horizonte.
Ela estava sentada num banco
apreciando o espetáculo do ocaso,
como é, também, o seu lindo olhar.
Para minha surpresa e deleite,
dessa vez desviou-o no meu sentido.
Pode ter sido por acaso,
mas, acho que recheado de ternura,
procurou, interessado em, talvez,
nos meus olhos encabulados,
se não me engana o desejo,
encontrar amparo e segurança.
Deveria estar desiludida, certamente,
com as ideias e olhar inábeis
e cheios de vaidade sem motivo,
dos homens de sua idade.
Pretendia, imagino, encontrar alento,
naquele precioso momento,
nos meus olhos que julgou experientes
de amor, e da vida
que sempre, sem dúvida, ensina a gente.