Lasque-se

Faz-se poemas de amor.

Encomende o seu,

com mais ou menos glacê.

Com algum açúcar

ou muito melado,

oco como todos são,

enjoativos como convém.

Depois morra de tanto amar,

bem longe de mim,

com seu poema atravessado na garganta,

com gosto de baunilha e chocolate adulterado.

Mas peço, não venha até minha porta,

recitando essas sandices.

Que seu amor seja eterno,

como uma asia ou uma declaração.