S. MARTINHO

Naquele dia de outono

mas de uma tal tempestade

que o céu era medonho

e a chuva sem piedade,

cavalgava Martinho

envolto no seu manto,

quando à beira do caminho

algo o fez parar de espanto.

Era um pobre que gemia

de frio, de dor e fraqueza

e Martinho com ligeireza,

tomado de compaixão

pelo ser que assim sofria,

em dois seu manto cortava

e o pobre, com amor, tapava.

De repente, como presente

por tal gesto de nobreza,

logo toda a natureza

se enfeitou de um sol quente,

brilhante de felicidade

num céu azul radioso,

talvez de Martinho vaidoso,

que mais parecia um milagre.

Depois, por édito Divino

neste dia belo e sem par

e dedicado a Martinho

que teve honras de altar,

o sol é quente, qual verão,

aquecendo o coração

dos homens, como lembrança

que na Vida há sempre esperança.

Hedera Cunha
Enviado por Hedera Cunha em 29/10/2011
Código do texto: T3305296
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