Poema em tom menor
Não esqueça da folha rasgada
Do resto que não teve fim
Da dose letal de veneno
Que ousou destilar sobre mim
Não esqueça, também, do sorriso
Que eu sempre guardei pra você
Enquanto castelos de cartas
O vento lhe vinha varrer
Não traga o sorriso amarelo
De quem não se sente sorrir
Reserve-o por trás dos seus dentes
Não exponha-o assim para mim
Desate esse laço mau dado
Que eu não mais me deixo prender
Pois sinto que nele há maldade
Que amarga um fel de sofrer
Esqueça por fim a existência
Do que não lhe pode mudar
O medo é o ser que te abraça
E dele não te queres soltar