AMOR MALDITO

Sobre as águas inebriantes e frias

Na espuma negra um corpo balançava

Em suas curvas o luar se debatia

Prenunciando uma negra alvorada

Ante as águas inebriantes e tristes

Fixado no adeus daquelas vagas

O pobre amante de dor já não resiste

O cata-clisma que se forma em sua alma

Boêmio das noitadas, galante trovador

Prendeu seu canto no encanto meretrício

Que lhe arrastou a fama ao despudor

Matando em cálices o fulgor artístico

Boêmio galante,em ébrio se tornou

Vendeu-se a lúcifer na sede da vindita

E encheu sua taça de límpido licor

No sangue impuro de um amor maldito

Apavorado contemplava a lua

Alvinitente e pura em seu pedestal

Mas na consciência lhe surgia dura

Lhe apontando o crime,lhe arrastando ao nau

Apavorado contemplava a lua

Única cúmplice de seu ato insano

Trouxe-lhe no espelho a imagem nua

Daquele corpo ensanguentado naufragando

Misturou-se ao trago de um demente gole

O pranto atroz de sua desventura

E jogou-se as águas neste último porre

Elegendo o mar por eterna sepultura!!!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 29/10/2011
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T3304857
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