AMOR MALDITO
Sobre as águas inebriantes e frias
Na espuma negra um corpo balançava
Em suas curvas o luar se debatia
Prenunciando uma negra alvorada
Ante as águas inebriantes e tristes
Fixado no adeus daquelas vagas
O pobre amante de dor já não resiste
O cata-clisma que se forma em sua alma
Boêmio das noitadas, galante trovador
Prendeu seu canto no encanto meretrício
Que lhe arrastou a fama ao despudor
Matando em cálices o fulgor artístico
Boêmio galante,em ébrio se tornou
Vendeu-se a lúcifer na sede da vindita
E encheu sua taça de límpido licor
No sangue impuro de um amor maldito
Apavorado contemplava a lua
Alvinitente e pura em seu pedestal
Mas na consciência lhe surgia dura
Lhe apontando o crime,lhe arrastando ao nau
Apavorado contemplava a lua
Única cúmplice de seu ato insano
Trouxe-lhe no espelho a imagem nua
Daquele corpo ensanguentado naufragando
Misturou-se ao trago de um demente gole
O pranto atroz de sua desventura
E jogou-se as águas neste último porre
Elegendo o mar por eterna sepultura!!!