FAROL DE BELMONTE
Para ajudar as grandes navegações
Em 1884 o farol foi construído.
Façanha de uma cidade progressista,
Marco principal de um povo evoluído.
Na margem direita da foz do Jequitinhonha
Em 20 de Maio de 1885 foi inaugurado
Com quatro estacas de ferros cravados ao solo
E um monte de madeira forte, pregado.
Medindo 13,25 metros de altura inicialmente
Sustentava um aparelho lenticular com elegância,
Um aparelho da 6ª Ordem de luz branca e fixa
Visível dez milhas náuticas de distância.
Em 1892 foi encomendado um novo aparelho lenticular,
Um aparelho francês da 3ª Ordem, sem perigo.
Um farol com estrutura metálica de 35 metros de altura
E 8 parafusos chumbados ao solo para substituir o antigo.
Em Outubro de 1901 foi inaugurado o novo farol
Que exibia lampejos brancos a cada dez segundos,
Visíveis numa distância de dezoito milhas náuticas,
Uma realização de desejos antigos e profundos.
Esse farol maravilhoso, o mais moderno da época,
Era, sem dúvida nenhuma, um pequeno arranha-céu,
Construído heroicamente pela empresa de Gustave Eiffel,
A mesma que construiu a famosa torre Eiffel.
Motivado pelo avanço do mar a partir de 1907
Que punha em risco a segurança do farol ilhado,
A estrutura foi removida 2 vezes da posição original
Passando a exibir 3 lampejos brancos e um encarnado.
Lá pelos idos de 1930 foi implantado outro sistema,
Sistema AGA AUTOMÁTICO (a gás acetinado).
Um aparelho lenticular pomposo por lanterna
E lente AGA de 75 milímetros, modernizado.
Em 1984 substituiu-se pelo sistema de emergência à bateria
Ampliando o alcance para 21 milhas náuticas atuais
Com um lampejo fantástico a cada seis segundos
Conservando as características normais.
Com o passar dos anos, ironicamente, o mar recuou,
Afastando-se um mil e quinhentos metros da cidade
E o farol que estava fincado na beira da praia
Hoje está distante da praia, na verdade.
Diz a lenda, oh, meu Deus que engraçado!
Que o farol era para ser entregue na Belmonte de Portugal,
Mas o comandante do navio equivocou-se
E entregou na Belmonte da Bahia. Sensacional!
À pedido da prima Laura Bandeira.