A Fusão do Amor
Portugal/Brasil
Jose Zito Ribeiro /Maria Thereza Neves
Foi quando no todo nos demos
Sem nunca nos termos dado,
Conhecimento do sabor e o afago
Do corpo moço puro dado.
Foi como suspenso o mundo
Tivesse apoiado o peito no sol
E de loucura ficasse abrasado
Na sede do rio mais profundo.
Zito
Foi quando nosso olhar
sonhou um mundo além do mundo
foi de encontro aos reflexos do luar
as garras da magia nos entrelaçou
naquela estrada suave sem volta
que acendia estrelas em brasas
despencando cascatas de ternuras.
TT
Foi como se a noite deslumbrada
Agarrasse todas as luzes
E nunca mais anoitecesse de um instante
De sempre querer durar.
Foi como se as estrelas se apagassem
Para me deixar entrar despido
E sob o esplendor de um rio de luz
Correndo dentro, tão dentro,
Sempre a querer mais, mais e mais sem parar.
Zito
Foi como desfolhar a noite pura
desnudar tapetes de rosas
nas veias vertentes vibrando
sem bloqueios, em todas direções
nos braços suaves da madrugada
sem querer encontrar o dia
eterna ficar na pele
chão, vulcão da vida em erupção.
TT
Foi como se todos os rios transbordassem
Nas margens do rio do meu corpo solto.
Foi como se num sopro divino pusesse
Os sentidos desfolhados em vigília estremecida
A despertar os mares das ilusões
E a fechar a porta da consciência adormecida
Ao lado de uma consciência tão doce
Que dá sabor aos sentidos e doçura à vida.
Zito
Foi como um vendaval
um mar revolto em tormentas
como uma poesia
uma sensual melodia
em versos abrindo paisagens rubras
murmurando aromas, ardores
amores como fosse num dia
uma vida inteira.
TT
Foi como se esse instante ganhasse
A duração do tempo da eternidade.
Foi como se tudo fosse um doce grito,
Prazer de amor em tamanho infinito,
Festa tão festa de tanta alegria.
Foi como se o nada se fizesse de tudo
E a noite aquecida de tudo fosse apenas dia.
Zito
Foi um turbilhão de sentimentos
guardando momentos bem dentro
lacrando bem no fundo
a fusão do amor
e a eternidade no coração.
TT
28/12/06