Por aí
Em uma manhã de terça sua visita me fez sorrir,
na quarta, já fazia parte de mim
com seus tons transparentes e sons diferentes.
O seu humor poético me convidava a passados e futuros
e corria pelo escuro à procura de saídas para seduzir.
Sua voz percorria mundos,
buscava fundos, arranhava os céus
e ao retornar era nomeada como
música, minha música.
Sonhando que talvez pudesse tocá-la,
adormeci em profundos dias de solidão.
Ao acordar, já não convidava o sol para entrar pela minha janela,
esperando o canto de um pássaro para lembrar o quão importante
era ela, o quão distante ela iria até me encontrar.
Agora sei que posso encontrá-la em qualquer lugar,
de uma simples moeda ao cair,
até as gotas da chuva a me tocar.
Aprendi que não posso viver sem ela
e sem as sensações que me faz sentir.
Mas o incrível foi aprender que poderia acariciá-la
em qualquer violão por ai.