Por aí

Em uma manhã de terça sua visita me fez sorrir,

na quarta, já fazia parte de mim

com seus tons transparentes e sons diferentes.

O seu humor poético me convidava a passados e futuros

e corria pelo escuro à procura de saídas para seduzir.

Sua voz percorria mundos,

buscava fundos, arranhava os céus

e ao retornar era nomeada como

música, minha música.

Sonhando que talvez pudesse tocá-la,

adormeci em profundos dias de solidão.

Ao acordar, já não convidava o sol para entrar pela minha janela,

esperando o canto de um pássaro para lembrar o quão importante

era ela, o quão distante ela iria até me encontrar.

Agora sei que posso encontrá-la em qualquer lugar,

de uma simples moeda ao cair,

até as gotas da chuva a me tocar.

Aprendi que não posso viver sem ela

e sem as sensações que me faz sentir.

Mas o incrível foi aprender que poderia acariciá-la

em qualquer violão por ai.

Pedro Menna
Enviado por Pedro Menna em 27/10/2011
Reeditado em 01/06/2021
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