INSÔNIA
No veludo do sono da hora errada sou envolvido.
É um manto sedutor que me quer tirar dos lençóis de cetim
Da tarde preguiçosa.
É uma camurça azul marinho, quase negro.
Faz-me ver como a seda vespertina é fria e escorregadia.
Envolvido por aquele manto sonífero ouço
as canções da madrugada que se anunciará sem sono:
a coruja com seus gorjeios;
o cão com seu ladrar choroso;
o galo a anunciar não sei o quê.
É o ladrão que irá roubar-me o sono.
Nas horas da tarde
É o sono a pesar-me as pálpebras;
Os sons loucos das pessoas a confundir-me;
O calmante da sesta fazendo efeito em mim.
Tarde,
Sono de Vésper.
Madrugada,
Notívago.
É a isto que chamam de Insônia.
L.L. Bcena, 29/05/2000
POEMA 505 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS.