Antirreflexo II (tabula rasa)

Constrói a história do tempo

O tempo que se inicia após o fim inesperado

Já que juntos cursam por toda a eternidade

E combatem o antirreflexo da felicidade

Feliz seja tudo que lhe convém

E o que não...amadureça longe do seu quintal

Seja feliz mesmo que não convenha

Pois o que se colhe verde apodrece no final

Grandes novidades no museu da alma

Pinturas, musas e esculturas...de carne

A entrada é franca...ou quase nada

Apenas deixe para trás a tinta já usada

Somos tabulas-rasas prontas

Prontamente inconscientes do que nos espera

O certo é que o preenchimento é inevitável

Inevitavelmente recobre as manchas de outra era

Uma semente cresce em seu jardim

Florestas voltamos a ser

Pois mesmo em terrenos inóspitos ouve-se o toque do clarim

Proclamando que voltamos a ter...o que nos faltava...ser

Hoje, nem tintas afiadas

Nem tabulas-rasas

O preenchimento inevitável aconteceu

Assim é você...assim sou eu