RESIDIU DO POETA
Não vejo homens que das cinzas,
Nós tragam flores,
Nem enfeite nossos sonhos.
Não há quem cante com o peito aberto,
Se não entendes o canto!
Nem há poema nas arvores
Nas ruas, nas pessoas!
Na boca de um estranho formei a lírica do meu templo!
Há uma solidão poética na alma do mundo,
Parece que o poeta bebe de um licor envelhecido!
Quando amanheço em salgadinho,
Sou tão velho e doente
Que não tenho cura.
A um residiu de um tédio.
De uma falta de fé.
Há uma falta de mim,
Minha mãe me cuida, feito deus,
Meu pai, um deus,
E a cidade em mim feito chagas...
Mandei plantar na minha rua uma ilusão,
Mas, pavimentaram a rua.
Então plantei no meu coração.