RESIDIU DO POETA

Não vejo homens que das cinzas,

Nós tragam flores,

Nem enfeite nossos sonhos.

Não há quem cante com o peito aberto,

Se não entendes o canto!

Nem há poema nas arvores

Nas ruas, nas pessoas!

Na boca de um estranho formei a lírica do meu templo!

Há uma solidão poética na alma do mundo,

Parece que o poeta bebe de um licor envelhecido!

Quando amanheço em salgadinho,

Sou tão velho e doente

Que não tenho cura.

A um residiu de um tédio.

De uma falta de fé.

Há uma falta de mim,

Minha mãe me cuida, feito deus,

Meu pai, um deus,

E a cidade em mim feito chagas...

Mandei plantar na minha rua uma ilusão,

Mas, pavimentaram a rua.

Então plantei no meu coração.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 27/10/2011
Código do texto: T3300334
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