Velhice

Às vezes fico no silencio tentando ouvir o abstrato

Mas só o que escuto é mau humor e o tempo se mover

Tento enxergar o tempo

Mas só vejo minhas expressões desgastadas

Deixo o tempo fazer sua parte

Resta-me seguir um caminho leve

Procurando no sereno o doce orvalho

O poço de água apresenta um ser diferente

Uma contradição com o espelho

Vejo a realidade nua e crua

Sem nenhuma reação vem o contentamento

Surgi o peso da velhice

Todos passam, mas ninguém quer

Chorar, gritar ou soluçar

Preparar o espírito é o caminho

Mudar o destino

É como pisar em galhos com espinhos

Aos poucos surgem as feridas

São os efeitos da mudança do percurso

A vida regrada

Alimenta os defeitos da alma

E exerce uma harmonia peculiar

Na singela sensibilidade da natureza.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 28/12/2006
Código do texto: T329953
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