TÚNEL DO TEMPO

No túnel do tempo eu sou

Alguma centelha errante

Sou lágrima perambulante

No triste gemer da sorte

Eu sou o riso da sombra

Em um casebre vazio

Sou o grito do arrepio

Na lápide fria da morte

No túnel do tempo eu sou

Um amor desgovernado

Uma busca massacrada

Sem um aceno de adeus

Sou hosanas de piedade

No portal do esquecimento

Revendo o apodrecimento

Dos sonhos que foram meus

No túnel do tempo eu sou

O último osculo vivido

Sou um corpo possuído

Pelo fantasma do medo

Sou a treva renascendo

Das entranhas da desgraça

Eu sou o fruto devasso

De um estranho segredo

No túnel do tempo eu sou

O marasmo do perdão

Buscando a suprema-unção

Dos vermes que quer meu ser

Sou a multidão que segue

Os restos de meus despojos

Eu sou os ais temerosos

De quem não soube viver

Eu sou o fim de um momento

No velho túnel do tempo

Onde me deixei morrer!!!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 26/10/2011
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T3298484
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