ANDARILHA

Sigo só.

Não há o que ficou para trás.

Não há mais o adiante.

Caminho no beiral do eterno

solta no instante que é.

Nada trago , nada levo.

Ando pela senda do nunca

dentro do espaço sem fim,

fora do tempo, sem mim.

Sou presença ausente

que percorre descaminhos

sem margens

Toco o infinito.

Desenraizei.

Lina Meirelles

Rio, 25.10.11