Poeta

Sou barroco na dualidade

como sou também

do pau-brasil

de Oswald de Andrade.

Tenho as várias faces

de Gregório de Mattos,

porém, sou um Gonzaga,

mestre dos arcades.

Talvez até um

ultra-romântico azedo,

como um tal,

Álvares de Azevedo.

Ou quem sabe um realista,

ou vai saber,

um modernista.

(apostam alguns

em naturalista)

Assim como Adolfo Caminha,

eu também caminho

nos sons e sentidos

e que, como eu,

ninguém ousa

ser Augusto dos Anjos

ou Cruz e Sousa.

Detenho em mim

o Tropicalismo,

sendo um marginal

de marca maior

no meu contemporâneo

pós-modernismo.

Em verdade

na verdade

de verdade,

não sou Oswald

Drummond

ou Mário

de Andrade.

Sou poeta.

Do passado, presente, futuro,

simples profeta.

LRC
Enviado por LRC em 25/10/2011
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