Sem Lua
Olhos cegos.
A paixão tem olhos cegos!
A boca carnuda bela, grande, lasciva... agora esquecida!
A pele parece veludo! Macia, luminosa
- Morena, pareces deusa!
Agora envelhecida?
Os dentes sem perfeito alinhamento,
“são charme, diferença bela”... - tornaram-se beleza duvidosa.
Cabelos... nuca à mostra... “beleza que provoca...”
- orelhas enfeitadas com pequenos brincos...
Admiração morta!
Pernas... belas perna! Lisas morenas, firmes... quem lhe dera!
- Tantas iguais...
Olhos grandes e profundos, fascinantes, negros...
foram trocados... por verdes corriqueiros.
Sorriso malandro, no canto da boca, ar impregnado de malícia!
Se apagou!
Pura preguiça!
Palavras que faziam rir, divertiam, inspiravam, excitam...
Papel amarelou!
Versos que se perderam...
*“Bem sabes linda morena, que não és cobra, mas teu veneno, me seduz e me fascina...”
Lua se apagou...
verso morreu...
só restou meu eterno, talvez, você e eu.
* Verso de um Poeta brasileiro infelizmente não encontrei referência;
Brasília - DF, 2006.
Do imaginário poético.