Percepções de Mundo
Mundo: fogos cintilantes
Cosmo luminoso capturado pelos olhos humanos
Conhecer: deixar-se envolver pelas sensações do Cosmo
As coisas ativam percepções do Mundo
O erro: interpretação falsa do nosso juízo sobre as coisas
O mundo muda o olhar daquele que o vê
Os olhos são fogos e luzes
Iluminam as coisas e as tornam luminosas
Conhecer: abstrair dos objetos sensíveis formatos, números, variações
Ora o real ora o ideal
Ora o empírico ora o intelecto
Aos poucos, a distância sutilmente desaparece
A separação olhar-mundo se conecta
Corpo são sensações
Olhar do espírito é inteligência
Sensações e inteligências criam novas tecnologias
Que não são extensões do olhar apenas
Mas próteses da razão corrigindo a visão
Ensinando os olhos a ver o novo
O homem passa a ter
“Os olhos tão penetrantes quanto Deus”
Lê no presente todo passado
Conservando-o inteiro e contraído em imagens-lembranças
Agora, a velocidade torna os corpos e o espaço transparentes
O tempo inexiste como sempre
A imagem nos vê
O invisível visível é real
E já não representamos o que nossos olhos não viam
Agora, tornamos visível o que os nossos olhos pensavam em não ver
O Universo se descobre
se desvela
se recria
Em imagens virtuais
a realidade
Autora: Luciane Mari Deschamps
Poema escrito a partir da leitura do texto: Os paradoxos da imagem-máquina, de André Parente. (Introdução do livro: Imagem-Máquina: A Era das Tecnologias do Virtual, do mesmo autor.)