Mortes sem culpa

Não foi fácil ter que violar

Mesmo que eu fosse um dia encontrar

Por nove minutos se desfaz o que ficou

Por nove minutos se desfaz o que ficou

Você iria acreditar

Mas logo, logo foi o vento que levou

Tudo agora, tudo agora não importa

Sei que desta vez foi para sempre

A virtude está morta

Você olhou no espelho e se viu doente

Tua voz é incoerente e você é delinqüente

Mas não é, não é diferente de ninguém

Agora está vindo de longe um furacão

Cai à chuva vem o frio

Cai o relâmpago vem o trovão

Logo transborda os rios

E a enchente destrói o que encontra pela frente

A gente não tem culpa, agente não tem culpa nenhuma

Foi a policia que atirou

Foi o assassino que matou

Você não queria correr

Você não queria morrer

Você só queria viver

Muitas pessoas tentavam lutar

Muitas estão desabrigadas, perderam suas casas

Outras pessoas choram caladas

Perderam tudo...Estão ilhadas

E a culpa de quem é ?

A gente não tem onde morar

A enchente tudo levou

A enchente com tudo acabou

Você não queria entender

Você não queria beber

Você até tentou sobreviver

Uma grito de uma criança escutei

Depois ouvi um estrondo, não sei

Se era mesmo de verdade

Mas estava destruída toda cidade

E o sangue escorria pelo chão

Era o fogo da destruição

A gente não queria morrer

A gente não queria brigar

Mas a morte vinha buscar uma por uma

Mortes sem culpa nenhuma.

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 25/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3296855
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