Fugidio Verso

Chegam palavras

movem-se pensamentos

brotam sentimentos:

surge o verso.

Mas foge célere

sinuoso, escorregadio mesmo.

Onde papel e lápis

que o domem, moldem, capturem?

Fugidio verso,

escapa, indomável,

na pressa do momento

no rolar dos minutos

no dançar dos pensamentos.

Voltará, quem sabe,

na magia de um segundo

num olhar doce, sereno,

profundo.

Estará, talvez, logo ali

no dobrar de uma esquina,

ou então não,

escondeu-se para sempre

quieto, sossegado, silente,

imóvel,

no apagar do mundo,

nos confins da mente.

Lu Narbot

Do livro Versos ao Longo do Caminho - Campinas, 2004

Lu Narbot
Enviado por Lu Narbot em 24/10/2011
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3295651
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