Melancolía
Cabisbaixo sem saber
Se dobrar a direita ou a esquerda
Seguir adiante
Fecho os olhos
Noite onde me desprendo do meu corpo
Entro em vigília
Faço uma viagem ao mundo
Onde não há tabus
Nem opressões
Sinto a suave brisa
A acariciar a face minha
Abro os olhos e sou uma pequena flor amarela
Tento me mover
Contudo não posso
Sinto os meus pés áridos
A gritar por água
Oh liquido sublime
Que me faz velejar entre brumas e dunas
Vejo que alguém se aproxima
Ouço a sua voz doce a dizer
Que bela flor
Oh que pobre
Necessita de um pouco de água
Penso: oh doce Nectimene!
Que pensamento belo o teu
Sim, necessito de água para não morrer
Vejo cair lentamente sobre os meus pés
O liquido sagrado que da vida
E costumamos desperdiçar
Oh irremediável criação!
A tua umidade
Me da vida,
E a tristeza que me reprime
Se desvanece
Abri-me uma selva!
É esse sentimento um rio
E tu, umidade fria
De um Alasca interior,
Aonde eu habito
No ventre, onde a anseio
No ventre onde a acaricio
Desejo viver...
Embora o tempo seja tão nebuloso
Escuro, desesperador
Impedindo o rei, de sair
De começar em mim
Um processo fotossintético
Que fascina, que enamora!
Sem medo de sofrer
Um processo remanesce
Meu olhar e meu ser
Tentando sobreviver
Oh sublime criação!
A tua umidade
Me da vida,
E a tristeza que me reprime
Se vá, me enaltece
Abri-me uma selva!
É esse sentimento um rio
E tu, umidade fria
De um Alasca interior,
Aonde eu habito
No ventre, onde o ancio
No ventre onde o acaricio
Volto a fechar os meus olhos
Regresso a realidade
Abre-me um mar
Com uns olhos úmidos
Cheios de lástimas e de lutas
Aquecendo um coração
Continuo esperando todos
Os dias a tua chegada
Para regar os meus
Áridos pés